terça-feira, 14 de abril de 2015

CAFÉ - Ouro Verde do Brasil

     Hoje, 14 de abril, é o  Dia Internacional do Café.
O café é uma das bebidas mais consumidas no mundo e a segunda matéria prima mais comercializada em todo o mundo.
     Ao contrário do que muitos pensam, desde que consumido moderadamente, o café tem uma ação benéfica ao organismo, possuindo algumas propriedades importantes tais como:

  • É analgésico,
    • cardiotônico,
    • depurativo,
    • digestivo,
    • diurético,
    • estimulante,
    • excitante,
    • revigorante intelectual,
    • sudorífero,
    • tônico,
  • Aumenta o metabolismo,
    • estimulante do sistema nervoso,
  • Diminui o cansaço mental,
  • Dilatar os brônquios,
  • Auxilia no diabetes,
    • baixa a glicose

     ORIGEM: O café é uma planta nativa da Etiópia, país do leste da África – antiga Absínia. Estima-se que seja conhecido há mil anos no Oriente Médio, especialmente na região de Kafa, daí, certamente, o nome “Café”.
     CURIOSIDADES: Conta-se que, entre os árabes, o café se tornou tão importante a ponto de, nas cerimônias de casamento, os maridos prometerem a suas esposas provê-las da bebida por toda a vida. E, se o compromisso não fosse cumprido, poderia justificar o divórcio.
     No brasão nacional do Brasil há um ramo de café, o que demonstra sua importância para o país

     O café mais caro que existe é o Kopi Luwak, conhecido também como “café de civeta”. E um café feito a partir de grãos da fruta extraídos das fezes do civeta - um animal da família dos viverrídeos - muito usado na confecção de perfumes, devido suas glândulas anais que produzem uma secreção acre e oleosa, conhecida como almíscar.
     O café é tratado como produto de luxo e só para se ter ideia, apenas uma xícara de Kopi Luwak pode custar na entre 95 e 200 dólares.
CLASSIFICAÇÃO CIENTÍFICA - Taxonomia

Reino: Plantae

Divisão: Magnoliophyta

Classe: Magnoliopsida

Ordem: Gentianales

Família: Rubiaceae

Gênero: Coffea

Espécie: Coffea arabica


     No Brasil, as raízes do café surgiram no século XVIII, quando as mudas da planta foram cultivadas pela primeira vez, que se tem notícia, por Francisco de Melo Palheta, em 1727, no Pará. A partir daí, o café foi difundido timidamente no litoral brasileiro, rumo ao sul, até chegar à região do Rio de Janeiro, por volta de 1760.
     O café foi o principal produto de exportação da economia brasileira durante o século XIX e o início do século XX, garantindo as divisas necessárias à sustentação do Império do Brasil e também da República Velha, começando a ser produzido em escala comercial para exportação devido ao aumento da procura do produto pelos mercados consumidores da Europa e dos EUA.
     O consumo de café no continente europeu e no norte da América ocorreu após a planta percorrer, desde a Antiguidade, um trajeto que a levou das planícies etíopes africanas até as mesas e xícaras dos países industrializados do século XIX. Mas para isso foi necessária uma expansão de seu consumo pelo Império Árabe e pelo mundo islâmico, sendo posteriormente apresentada aos europeus, que tornaram seu consumo mais expressivo por volta do século XVII.
     A produção do café no Brasil expandiu-se a partir da Baixada Fluminense e do vale do rio Paraíba, que atravessava as províncias do Rio de Janeiro e de São Paulo. A cafeicultura no Brasil beneficiou-se da estrutura escravista do país, sendo incorporada ao sistema plantation, caracterizado basicamente pela monocultura voltada para a exportação, a mão de obra escrava e o cultivo em grandes latifúndios.

     Nessa região do Brasil, a produção cafeeira beneficiou-se do clima e do solo propícios ao seu desenvolvimento. O fato de ser rota de transporte de mercadorias entre o Rio de Janeiro e as zonas de mineração contribuiu também para a adoção da lavoura cafeeira, já que parte das terras estava desmatada, facilitando inicialmente a introdução das roças de café e beneficiando o escoamento da produção através das estradas existentes.

     As técnicas de produção de café eram simples. Inicialmente se desmatavam terras onde era necessário expandir as áreas agricultáveis para a colocação das mudas da planta. Estas demoravam cerca de cinco anos para começar a produzir. Nesse tempo, outras culturas eram plantadas em torno dos cafezais, principalmente gêneros alimentícios. Para a conservação das plantas, eram necessárias apenas enxadas e foices. A colheita era feita manualmente pelos escravos, que, após essa tarefa, colocavam os grãos do café para secar em terreiros. Uma vez seco, o café era beneficiado, retirando-se os materiais que revestiam o grão através de monjolos, máquinas primitivas de madeira formadas por pilões socadores movidos a força d’água.

     Após esse processo, o café era transportado nos lombos das mulas para o porto do Rio de Janeiro, de onde era exportado. Mas o aumento da produção cafeeira e os lucros decorrentes dela levaram ao início do processo de modernização da economia e da sociedade brasileira.

     Um dos exemplos mais marcantes dessa modernização esteve na construção de ferrovias para o transporte do café, o que aumentou a velocidade do transporte e interligou algumas regiões do Império, principalmente após a expansão das lavouras para as terras roxas localizadas no chamado Oeste paulista, intensificada após a década de 1860. Tal situação levou ainda ao fortalecimento do Porto de Santos como principal local de escoamento da produção.

     Em 1836 e 1837, o café tornou-se o principal produto de exportação do Império. Os grandes latifundiários produtores de café, os chamados “Barões do café”, enriqueceram-se e garantiram o aumento da arrecadação por parte do Estado imperial.

     Surgiram ainda os chamados comissários do café, homens que exerciam a função de intermediários entre os latifundiários e os exportadores. Além de controlarem a venda do produto, garantiam aos latifundiários acesso a créditos para a expansão da produção e também viabilizavam a compra de produtos importados.

     O café foi, dessa forma, um dos principais esteios da sociedade brasileira do século XIX e início do XX. Garantiu o acúmulo de capitais para a urbanização de algumas localidades do Brasil, como Rio de Janeiro, São Paulo e cidades do interior paulista, além de prover inicialmente os capitais necessários ao processo de industrialização do país e criar as condições para o desenvolvimento do sistema bancário.